ENTREVISTA VEREADOR RODRIGO GOULART
Participante ativo da
Edilidade Paulistana, o nobre vereador analisa a importância do Fórum Impacto
Econômico no Esporte Fitness COVID-19
Qual a importância no
momento atual do Fórum Econômico no Esporte Fitness COVID-19?
Penso
que é da maior importância a avaliação permanente dos integrantes dos segmentos
da sociedade civil e das classes profissionais e empresariais que geram a
economia e o desenvolvimento social das Cidades. Neste
cenário de pandemia, cujo controle e resultados dependem muito dos esforços
conjuntos para o enfrentamento da crise, a realização do FIEECOVID-19 é imprescindível,
não só para entender e esclarecer seus integrantes sobre os impactos, mas
principalmente para traçar as estratégias de controle, revisar metas
orçamentárias e discutir possíveis instrumentos, procedimentos e ações
inovadoras que possam contribuir para o fortalecimento de seus integrantes e o
equilíbrio financeiro almejado.
Como a Edilidade
Paulistana está administrando as suas atividades?
A
Edilidade Paulistana buscou, imediatamente ao anúncio da pandemia COVID-19,
seguir todas as orientações da OMS e dos órgãos de saúde de todas as esferas,
promovendo desde logo o isolamento social. Para tanto, e em respeito à
legislação vigente, aprovou Projetos de Resolução determinando:
a suspensão das atividades presenciais (os
servidores passaram a trabalhar no sistema “home-office”), com vedação expressa
ao acesso do público à sede do Legislativo, prevendo prorrogações que estão
sendo cumpridas (o último prazo estabelecido até a data desta resposta finda em
31/05/2020);
suspensão
temporária das Sessões Ordinárias, audiências públicas e demais eventos,
afastando qualquer hipótese de reunião presencial;
criação
do Plenário Virtual, através do qual a Edilidade discute e aprova em Sessões
Extraordinárias, por videoconferências transmitidas
pelos Auditórios-Online, todas as matérias relativas à pandemia e medidas
emergenciais para o enfrentamento do estado de calamidade pública decretado
pelo Congresso Nacional.
Importante
registrar que as medidas emergenciais adotadas pela Câmara, para além de
proteger a saúde de seus servidores e dos cidadãos que frequentam o Palácio
Anchieta, buscaram também dar sua contribuição financeira ao Município, reduzir
suas despesas e autorizar o Executivo a adotar ações entendidas como
necessárias para minimizar os impactos decorrentes do isolamento social
principalmente para as classes consideradas vulneráveis.
Ressalte-se:
a
transferência de R$38,3 milhões do Fundo de Despesas da Câmara Municipal de São
Paulo para a Prefeitura, para aplicação preferencialmente nos serviços de saúde
e assistência social;
a
transferência de R$ 10 milhões do Fundo de Despesas do Tribunal de Contas do
Município para a Prefeitura, para aplicação preferencialmente nos serviços de
saúde e assistência social;
a
redução dos subsídios e da verba de custeio dos gabinetes parlamentares em 30%
(trinta por cento);
a
redução das despesas da Câmara com contratos de manutenção de equipamentos,
compra de materiais, entre outras;
a
aprovação do PL 260/2020 (Lei nº 17.340, de 30 de abril de 2020) dispondo sobre
medidas de proteção
da saúde pública e de assistência, bem como relativas a dilação e
suspensão de prazos de alvarás e concursos públicos para o enfrentamento
da Emergência de Saúde Pública, em decorrência da Infecção Humana pelo
Coronavírus (COVID-19) no âmbito do Município de São Paulo; cria o Selo
Empresa Parceira da Cidade de São Paulo e o Mês do Combate ao Coronavírus
e autoriza doação de imóvel da União com o encargo social que
especifica;
a indicação ao Prefeito Bruno Covas (já atendida) sobre a importância de
conceder ABONO aos servidores da Saúde, Assistência Social, Amlurb, Agentes de
Fiscalização e do Serviço Funerário.
Qual o impacto social
na saúde, economia e esportes?
O
impacto social da COVID-19, nesta data, me parece ainda imprevisível. Isto
porque estamos lidando com uma situação – que exigiu o isolamento social – para
a qual não estávamos preparados e que ainda não atingiu seu ápice.
Na
Saúde, os números de infectados e mortos estão sendo divulgados diariamente
pela mídia e são preocupantes. Em que pese as medidas emergenciais adotadas
pela administração pública – de
conscientização da importância do isolamento social, de prover leitos e UTIs hospitalares e de criar auxílios para
a população vulnerável, a crise na Cidade de São Paulo ainda não foi controlada.
Na
economia a crise é sem precedentes. Quase todos os segmentos empresariais,
profissionais e de serviço que temos ouvido dão conta de prejuízos, com fechamento
de estabelecimentos, demissão de funcionários e de ausência de perspectiva de
arrefecimento no curto prazo. O Município já encara grande perda de arrecadação no exercício de 2020.
O
Esporte, por ser um segmento que se dá sempre de forma presencial, também
sofreu retração total em ambos aspectos,
social e econômico. Eventos, torneios,
campeonatos cancelados, academias, clubes e centros desportivos paralisados
apontam para prejuízos financeiros e sociais já que a prática esportiva e a
convivência são essenciais para a saúde física e mental dos cidadãos e para o
desenvolvimento e performance dos atletas.
Concorda ou discorda
das medidas propostas pelas autoridades brasileiras e mundiais, como o cancelamento
ou transferência de eventos como campeonatos, inclusive Jogos Olímpicos?
Não
há nada mais importante do que a preservação da vida humana! Logo, temos que
concordar com as autoridades que o isolamento social é ação necessária para, se
não impedir, pelo menos controlar a contaminação pelo Coronavírus até que
possamos contar com vacinas e de modo a não colapsar o sistema de saúde.
Como a sociedade ou
empresas podem ou deveriam ajudar?
A
principal contribuição é o respeito ao isolamento social enquanto durar a
pandemia ou até que se tenha segurança para a retomada das atividades. Suportar
a adversidade, mantendo os empregos é contribuição inestimável. A solidariedade
para com os mais vulneráveis é o que se espera de todos.
O que prevê para o
futuro e que sugestões propõe como solução imediata?
Difícil
fazer previsões diante de uma situação insólita como a que estamos vivendo. Mas
sabemos que as Universidades e o pensamento científico está voltado para a
busca de vacinas, medicamentos e detecção de gargalos nas ações e políticas
públicas de modo a evitar colapsos
sociais.
Assim,
é de se esperar que a união de esforços, a adoção de medidas governamentais de
suspensão de prazos para pagamentos de tributos e taxas de consumo das
concessionárias de serviços, a adoção de novas formas de trabalho e
desenvolvimento de atividades remotas, a requalificação profissional, a
utilização das plataformas para eventos virtuais podem contribuir em muito para
a superação da crise.
Como os promotores de
eventos, atletas e centros de treinamento poderão sobreviver se faltarem
patrocinadores?
A
crise é temporária. Sem dúvida o segmento dos eventos (esportivos, bem como os
artísticos e de turismo) já foram afetados inexoravelmente. No entanto, é certo
que o mercado se adaptará às novas condições impostas pela pandemia.
O
modelo de eventos e/ou conferências ou jogos online são alternativa ou caminho
para serem incrementados ?
Não
há como comparar o efeito de um evento presencial com o virtual. Mas, sim, sem
dúvida devem ser incrementados, porque para além de ser a forma possível de
minimizar os danos causados pela pandemia, é uma ferramenta moderna e uma
tendência que pode se intensificar.
Rodrigo
Goulart
Vereador
– Líder do PSD